A Homerun tem o prazer de divulgar esta seção do jornal da equipe editorial da A Tarde
Sílica encontrada em Belmonte tem nível de pureza único no mundo.
A Bahia está prestes a produzir vidro solar graças a uma parceria entre a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a Homerun Brasil Mineração, subsidiária da mineradora canadense Homerun Resources. O projeto coloca o estado na vanguarda da transição energética global, já que esse material atualmente é fabricado apenas na China.
Intitulado "Brasil Transparente", o projeto teve início em junho de 2023, quando a CBPM, sob a gestão de Henrique Carballal, decidiu potencializar o aproveitamento da areia sílica encontrada em suas áreas no município de Belmonte, no sul da Bahia. O presidente, que havia acabado de assumir a estatal, optou por mudar o foco de utilização do ativo mineral, que até então era utilizado na produção de Silestone — material utilizado em decoração de interiores.
“A CBPM passou a enxergar esse recurso com uma nova perspectiva estratégica, buscando parcerias para direcioná-lo a um setor de maior valor agregado e impacto global: a produção de vidros para painéis solares. Esse novo direcionamento reforça o papel da Bahia como líder no setor de energias renováveis e no desenvolvimento sustentável do país”, explica Carballal.
Desde então, a CBPM vem trabalhando para concretizar o projeto, com o objetivo de tornar a Bahia um fornecedor-chave na transição energética nas Américas. O presidente descreve o objetivo da empresa ao apoiar o projeto: “A CBPM entende que estabelecer uma indústria para processar essa sílica — transformando-a em vidro solar, entre outros elementos industriais usados em tecnologias de energia renovável — é mais do que essencial em um momento em que o planeta clama por uma transição energética.”
Já o Diretor de Operações da Homerun, Armando Farhate, garante que o projeto representa mineração sustentável, inovação industrial e um salto estratégico rumo à independência energética. "Estamos comprometidos em desenvolver um modelo de mineração responsável que agregue valor à economia local e fortaleça a cadeia produtiva de energia renovável no Brasil e nas Américas."
Progresso
O projeto avançou significativamente esta semana, quando a CBPM anunciou que a planta de beneficiamento de areia de sílica, inicialmente planejada para o Porto de Aratu, em Ilhéus, agora será instalada em Belmonte. A decisão foi comunicada nesta segunda-feira (24), após reunião com o prefeito da cidade, Iêdo Elias, a deputada estadual Fabíola Mansur, e o diretor da Homerun no Brasil, Antonio Vitor.
Para agilizar o projeto, o prefeito de Belmonte ofereceu um terreno no município para facilitar não só a implantação da planta de beneficiamento, mas também a instalação da fábrica de vidro solar. A unidade industrial representa um investimento de R$ 1,5 bilhão, representando mais de 90% do investimento total estimado do projeto.
No entanto, o local definitivo para a fábrica de vidros solares ainda não foi definido. Inicialmente, o local planejado era Camaçari — um local estrategicamente escolhido devido à sua infraestrutura e potencial industrial. A decisão será tomada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), que supervisiona o Polo Industrial da cidade.
A CBPM busca agora o apoio da Secretaria e da Prefeitura de Camaçari para viabilizar o projeto, que representa uma oportunidade de desenvolvimento socioeconômico e independência energética para o estado da Bahia. “Apresentamos o projeto à SDE e nos reunimos com o prefeito Luiz Caetano. Aguardamos a decisão, confiantes de que encontraremos o terreno ideal para a fábrica no Polo Industrial de Camaçari”, disse o presidente Carballal.
A usina de beneficiamento, agora planejada para Belmonte, representa um investimento de R$ 100 milhões no município e deve gerar aproximadamente 180 empregos diretos. O prefeito acredita que o projeto transformará a realidade social da cidade. "O maior empregador aqui é o próprio município, e a geração de 180 empregos mudará a realidade de Belmonte. Com este projeto, a CBPM nos ajudará a qualificar nossa força de trabalho e a promover a integração entre comunidade e empresas."
Para a Deputada Fabíola Mansur, a chegada do projeto coloca Belmonte firmemente no mapa da mineração baiana. “Esta é uma oportunidade de gerar riqueza e novos negócios para o município, que agora se torna sede da primeira unidade de beneficiamento de areia silicosa da América Latina. Além do impacto econômico, o projeto reforça nosso compromisso com a responsabilidade social e a sustentabilidade.”
Próximas etapas
Questionado sobre os próximos passos do projeto, o Diretor de Operações da Homerun afirmou que o progresso está ocorrendo conforme o planejado. "As licenças ambientais e operacionais para extração mineral já foram obtidas, e a autorização de lavra está em fase final de emissão. As obras de engenharia, tanto para as plantas de beneficiamento de areia quanto para as de produção de vidro, estão em andamento", disse Farhate. "Assim que o Governo do Estado concluir a doação do terreno no polo de Camaçari, iniciaremos a engenharia civil e a terraplenagem, com execução prevista para entre 2025 e 2028, dependendo da data de recebimento do imóvel."
Geração de Emprego e Desenvolvimento Social
A parceria entre a CBPM e a Homerun deverá gerar até 700 empregos diretos, 2.800 indiretos e 1.000 temporários. Segundo o diretor de operações da mineradora, priorizar a mão de obra local é uma diretriz fundamental do projeto. "Criamos um plano de ação para priorizar a mão de obra regional, com foco na geração de empregos, renda e promoção do desenvolvimento social e econômico nas comunidades envolvidas", enfatizou.
O Projeto Brasil Transparente segue os princípios ESG (Ambiental, Social e de Governança), enfatizando a sustentabilidade e o impacto positivo na comunidade. A empresa está em fase final de parceria com um centro de pesquisa nacional para desenvolver técnicas inovadoras de mineração de areia siliciosa, incluindo soluções para gestão de resíduos e redução do impacto ambiental.
Além disso, a Homerun e a CBPM assinaram um acordo para criar um fundo dedicado ao desenvolvimento educacional nos municípios afetados pelo projeto. "Esta iniciativa reforça nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais", afirmou Farhate.
Treinamento de força de trabalho
Após a confirmação da implementação da primeira fase do beneficiamento de areia sílica em Belmonte, a CBPM assinou um convênio para capacitar mão de obra local. Segundo Carballal, a iniciativa segue uma diretriz do governador Jerônimo Rodrigues (PT). “Seguindo a recomendação do governador, a CBPM se comprometeu a firmar convênio com o município para capacitar a mão de obra de Belmonte, de modo que ela esteja qualificada para atuar no processo industrial da empresa canadense. A CBPM também se compromete a fornecer a infraestrutura necessária para que o município possa capacitar esses trabalhadores”, anunciou.
Carballal também enfatizou a urgência de garantir que a Bahia esteja preparada para as demandas trazidas pelas mudanças climáticas. “A transição energética está acontecendo no mundo todo, e a Bahia precisa estar preparada. Belmonte precisa estar pronta para que a população local possa se beneficiar da riqueza gerada por esse processo.”
Com o planejamento do projeto avançando, a Homerun expressou gratidão pelo apoio da CBPM para viabilizar a iniciativa. Segundo o diretor de operações da mineradora, a colaboração foi crucial para a concretização do projeto, garantindo à Bahia uma posição estratégica no setor de energias renováveis.
“Além de conceder os direitos minerários da jazida à Homerun em condições justas de mercado, a CBPM participou ativamente da estruturação do projeto, da captação de investimentos e da articulação com diversos órgãos públicos para garantir sua viabilidade”, enfatizou Farhate. Ele acredita que este modelo pode servir de referência para outras regiões do Brasil interessadas em desenvolver projetos de mineração sustentável.
